Relações Precoces

Qual a importância das primeiras experiências da criança em termos de socialização?

As primeiras experiências da criança são centrais para a socialização, na medida em que é na relação com a mãe que se inicia a interiorização de regras e padrões, úteis no futuro estabelecimento de comportamentos ajustados ao grupo. Do clima emocional das primeiras vivências depende o maior ou menor equilíbrio psicológico da criança no que respeita ao relacionamento social. Se as experiências vividas na vinculação inicial são agradáveis, a criança ganhará optimismo e confiança bastantes para ousar estabelecer relações com outras pessoas. Se, ao invés, forem desagradáveis, a criança pode tender para a desconfiança, hesitando relativamente a novos contactos sociais. A personalidade futura poderá ser afectada a partir das situações de estímulo anteriormente referidas: há pessoas cuja atitude perante os outros é de expansão, de procura de relacionamentos e de abertura aos outros, assumindo uma forte motivação e auto-estima pessoais, ao passo que outras pessoas tendem para o isolamento social, para uma distância social e emocional perante os outros, mostrando pouca motivação para a vida e uma baixa auto-estima.
 

Vinculação

A vinculação é a tendência manifestada pelos seres vivos de várias espécies para, nos primeiros tempos de vida, se ligarem afectivamente à mãe, permanecendo junto dela, ou de outro adulto de que eventualmente dependam.

 

Que competências maternais se podem considerar biológicas e universais?

Há competências maternais que são naturais e inatas, relacionadas com a biologia. Manifestando-se com a gravidez, prolongam a sua acção ao longo da amamentação do bebé. Fundamentalmente, trata-se do desenvolvimento das glândulas mamárias, cujo papel principal consiste na produção de leite para alimentar o bebé. O seu desenvolvimento é desencadeado pela hormona feminina, a prosgesterona, segregada pelos ovários, e pela prolactina, segregada pela hipófise.
 

O que se entende por "Mãe"

Em termos psicoafectivos, «mãe» é uma pessoa adulta significativa que dispõe de tempo para dedicar à criança, mostrando-se capaz de lhe proporcionar experiências positivas e estimulantes, dispensando a atenção e o afecto de que a criança necessita. Um bom exemplo do que se pode entender pelo conceito psicoafectivo mais lato de «mãe», que é mais uma «figura parental», está bem retratado no célebre filme realizado por Charlie Chaplin, The Kid.